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quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Helio Schwartsman e seu novo paradigma abortista

O articulista Helio Schwartsman está carente. Sim, carente de atenção. Como outros articulistas que infestam a imprensa brasileira (André Petry, Arnaldo Jabor, Gilberto Dimenstein e outros), gosta da polêmica fácil, característica dos superficiais e mal-intencionados com agenda própria. Sob a casca de inelectualidade que gostam de afetar o que vemos, na verdade, é o mais puro despreparo.

A polêmica fácil da vez é, claro, o aborto. Como sempre que o assunto aparece, não faltam os jabores, petrys e dimensteins para desviar o assunto para seu alvo predileto: a Igreja. Não são os únicos, claro, pois sempre que surge a questão do aborto, o que mais se lê por aí é a patota de sempre gritando "O Estado é laico!", ou "A questão não é religiosa!", ou ainda coisas piores do tipo "Católicos não devem opinar!". Claro que existem aqueles que apenas repetem os chavões de sempre quando desejam afastar qualquer coisa que seja parecida com um debate, bastando, para isto, segundo seu distorcido e desinformado pensamento, puxar da cartola o equivalente a água benta em vampiros: "E os casos de pedofilia?", "E a Inquisição?", etc.

Mas não Schwartsman. Ele não é do tipo que quer tornar católicos cidadãos de segunda classe no Brasil, pois isto deve ser fichinha para ele. Ele é mais chegado a, como um Dimenstein, trazer argumentos "irrefutáveis" contra o aborto. Dimenstein, aliás, foi dos poucos na imprensa com disposição para defender o governador Sergio Cabral filho quando este disse que a liberação do aborto poderia ajudar a resolver o problema da criminalidade. Faz sentido... A Dimenstein, superficial como só ele consegue ser, um político pífio e espertalhão como o governador do RJ cabe bem como seu ídolo.

Voltando a Schwartsman... Em um recente artigo, ele começa chamando de bálsamo a clareza da posição da ministra Eleonora Menicucci sobre o aborto. Para ele isto é ótimo, pois é um baita contraste em relação ao que aconteceu na última eleição, em que, segundo ele, os candidatos posaram como coroinhas. Em seguida ele declara dará contribuição ao debate por ter sido instigado a isto pela própria ministra aborteira/abortista. 

Só acredita que abortistas querem debater o assunto quem acredita em Coelho da Páscoa, Homem do Saco, Loura do Banheiro e coisas similares. Estou para ver um abortista que queira realmente debater algo, pois o que desejam é apenas impor suas distorções ao resto da população e nada mais.

Mas partindo do mandamento da aborteira, a quem ele já admira -- surpresa! --, Schwartsman em seu artigozinho explicita seu "argumento":
"O argumento central dos antiabortistas é o de que a vida tem início na concepção e deve desde então ser protegida. Para essa posição tornar-se coerente, é necessário introduzir um dogma de fé: o homem é composto de corpo e alma."
Como outras questões que envolvem a Igreja, Helio Schwartsman vai com tanta sede ao pote que o derruba e fica sem o conteúdo que lhe é tão precioso. O articulista comete um erro que é bem comum: julgar as coisas pelo o que imagina que elas sejam, sem dados que sustentem sua imaginação. Quanto o assunto passa pela Igreja, é este um dos erros mais comuns atualmente. Não à tôa, o saudoso bispo Fulton J. Sheen dizia que:
“There are not one hundred people in the United States who hate The Catholic Church, but there are millions who hate what they wrongly perceive the Catholic Church to be.” 
["Não há uma centena de pessoas nos EUA que odeia a Igreja Católica, mas há milhões que odeiam o que eles erroneamente acham que seja a Igreja Católica."]
Um erro destes, porém, cometido por uma pessoa que escreve para um jornal, mais parece má-fé pura e simples, pois o que não faltam atualmente são formas de buscar a verdade e se informar. Helio Schwartsman e tantos outros, porém, preferem o que é mais fácil, que é apostar na demonização da parte contrária.

Pelo "argumento" do colunista, um ateu jamais poderia ser pró-vida. E não é que a realidade nega isto? Existem até mesmo grupos de ateus com sites afirmando suas posições pró-vida (http://www.godlessprolifers.org/). Mas isto é só a cereja do bolo que vai na cara do articulista, pois sua tentativa de argumentar não se sustenta sequer dois segundos no ar, já que ela tenta desviar a questão de seu prumo.

A vida, e isto é dito pela própria ciência, inicia sim na concepção. Isto independe de qualquer opção religiosa ou mesmo da ausência de opção. Quando o espermatozóide fecunda o óvulo, o que há ali é já uma vida humana. Minha fé apenas me leva a saber que há algo mais que apenas matéria naquele momento, o que não acontece com um ateu pró-vida, que não consegue, devido à sua falta de fé, enxergar além da matéria, mas consegue compreender que o que ali está é humano já. 

Helio Schwartsman, acha que ali não há nada humano. Para ele o que há após a concepção deve ser o indefinível, o indizível, o nada. Ele consegue não enxergar aquilo que até mesmo alguns ateus mais evoluídos conseguem: que há vida humana após a concepção. O que lhe restou afinal? Negar a humanidade do feto? Baseado em que, apenas no seu "argumento" de que a alma não existe? Mas e a posição pró-vida de um ateu, que é baseada em evidências científicas exclusivamente sobre a matéria? Que teria o articulista a dizer?

A verdade é que, para usar um termo bem católico como forma de homenagear Helio Schwartsman, ele colocou-se no limbo quando o assuto é aborto. Ao tentar deixar a discussão toda para a infusão da alma, o colunista enfiou um balaço no próprio pé. Sua posição não é suportada por ninguém, nem por católicos, nem por ateus pró-vida, nem mesmo por cientistas. Aliás, a posição de Schwartsman é tão peculiar, tão inovadora, tão criadora de um novo paradigma na discussão sobre o aborto, que ele vai na contramão do que muitos abortistas admitem.

A conhecida feminista Camille Paglia, em um momento de franqueza extrema, foi bem sincera ao dizer que
"Por isso eu sempre admiti francamente que o aborto é um assassinato, o extermínio dos fracos pelos mais fortes. Os liberais [N. do T.: seria o equivalente aos esquerdistas brasileiros], na maior parte das vezes furtaram-se de enfrentar as conseqüências éticas de seu apoio ao aborto, que causa a aniquilação de indivíduos concretos e não apenas de pedaços de tecido."
Até mesmo gente que ganha a vida jogando seres humanos no lixo hospitalar admite o que Helio Schwartsman em sua superficialidade dogmática teima em contrariar. Em texto já publicado aqui no blog -- "A enganação feminista e a realidade do aborto" --, aborteiros admitem que o que fazem é o que os pró-vidas sempre disseram que é o aborto: o assassinato de um ser humano.

Outra conhecida feminista, a inglesa Antonia Senior, foi bem franca ao declarar ('Feminista abortista afirma: "Devemos estar preparadas a matar pela causa"'):
"O que está bastante claro para mim, na ausência de uma objetiva definição, é que um feto é uma vida, seja por qualquer medição subjetiva. Minha filha foi formada na concepção, e toda aquela mal compreendida alquimia, o acidental encontro de um espermatozóide com um determino óvulo, tornou-se minha querida filha, tendo sua personalidade já impressa naquele momento. Ela é ela mesma de forma única -- formada em meu útero, não pela minha criação."
A questão de se após a concepção já existe ou não um ser humano, hoje em dia, nem mesmo é mais uma questão. Só Helio Schwartsman parece não saber disto... 

Até mesmo feministas/abortistas velhas-de-guerra sabem que o caminho é arrumar subterfúgios para forçar as pessoas a esquecerem da humanidade do embrião. A ciência já afirma esta humanidade de maneira tão peremptória que os abortistas tornaram-se mestres em desviar desta verdade. Daí vem as tentativas não de negar a humanidade do embrião, mas de negar-lhe o status de pessoa. Vem também daí tentativas de dar um valor maior à vida da mãe do que à vida de seu filho. E assim seguem desviando do ponto principal, que é exatamente a humanidade do embrião, mas ninguém chega à sofisticação de um Schwartsman, que colocou-se em uma posição ímpar sobre a questão. 

Ninguém ainda teve a coragem de, como ele, atingir um nível de ridículo de tal magnitude para defender o indefensável. Quando até abortistas e aborteiros não descem tanto assim, é sinal que a desonestidade atingiu o topo. 

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